sexta-feira, 15 de outubro de 2010


Santa Teresa de Jesus
(15 de outubro)


Santa Teresa de Jesus nasceu em Ávila, Espanha, em 28 de março de 1515. Sua mãe faleceu quando tinha 12 anos, e ela se consagrou aos cuidados maternais da Virgem Maria.Por duas vezes esteve gravemente enferma, mas foi justamente a doença que a fez perceber sua vontade de abandonar as coisas desde mundo de forma radical, e servir a Deus na solidão do claustro.

Aos 19 anos deixou sua casa e entrou para a Ordem das Carmelitas, em sua cidade mesmo. As freiras desse convento tinham relaxado na observância da Regras, e viviam como as pessoas mundanas. Durante o tempo de noviciado, chegou a ter desejo de desistir de tudo, mas não lhe faltou a graça de Nosso Senhor e a presença de Maria.

Profunda era a dor que sentia pelos pecados cometidos e dolorosas as penitências que fazia. Depois da leitura do livro Confissões, de Santo Agostinho, pensou como exprimiu mais tarde, que estava vendo a si própria. Este santo revelou à Teresa a estrada de seu destino: a santidade.

Em visões, o Senhor lhe mostrou o lugar no inferno, que seria seu, se continuasse a trilhar os caminhos da vaidade e dos prazeres do mundo. Resolve estabelecer a Regra Carmelita, em todo o seu rigor original, resgatando a vida de oração, os valores evangélicos, e as Regras da Ordem. Foi responsável direta pela fundação de 32 mosteiros e pela reforma de tantos outros. Sob a influência de Santa Teresa, a reforma se espalhou aos frades carmelitas, sendo São João da Cruz, o mais notável entre eles.

Santa Teresa é o exemplo clássico de alguém que uniu a vida de contemplação religiosa a uma atividade intensa e eficiente. Tinha um bom senso com as coisas práticas; não descuidava da parte econômica, dizia: “Teresa sem a graça de Deus é uma pobre mulher, com a graça de Deus, uma força; com a graça de Deus e muito dinheiro, uma potência!

Suas obras mais importantes são: Vida; caminho da Perfeição, Livro de Fundações; e o Castelo Interior, obra que, mais que qualquer outra, fez de Santa Teresa doutora da vida espiritual. Muito marcantes foram as suas experiências místicas. Elas transformaram profundamente sua vida interior. Provavelmente, a maior experiência com a graça que ela teve foi ter tido o coração verdadeiramente transpassado.

Em sua biografia, Santa Teresa relata que conversou com um anjo, e um fogo penetrou seu coração como uma lança ou espada e a deixou repleta do grande amor de Deus. Depois de sua morte, quando seu corpo foi submetido a exames, descobriram que ela tinha uma perfuração no coração.

O coração da santa agora se encontra dentro de um relicário de vidro, no Convento Carmelita de Alba de Tormes. A Ordem Carmelita comemora a festa da Transverbação do Coração de Santa Teresa, em 27 de agosto. Morreu em 1582, e foi proclamada santa em 1622. O Papa Paulo VI em 1970 reconheceu-lhe o título de doutora da Igreja, a primeira mulher a receber esta honra
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Nada te perturbe...
"Nada te perturbe,
Nada te espante,
Tudo passa,
Deus não muda,
A paciência tudo alcança;
Quem a Deus tem
Nada lhe falta:
Só Deus basta.

Eleva o pensamento,
Ao céu sobe,
Por nada te angusties,
Nada te perturbe.
A Jesus Cristo segue
Com peito grande,
E, venha o que vier,
Nada te espante.
Vês a glória do mundo?
É glória vã;
Nada tem de estável,
Tudo passa.
Aspira às coisas celestes,
Que sempre duram;
Fiel e rico em promessas,
Deus não muda.

Ama-O como merece,
Bondade imensa;
Mas não há amor fino
Sem a paciência.
Confiança e fé viva
Mantenha a alma,
Que quem crê e espera
Tudo alcança.
Do inferno acossado
Muito embora se veja,
Burlará os seus furores
Quem a Deus tem.
Advenham-lhe desamparos,
Cruzes, desgraças;
Sendo Deus o seu tesouro,
Nada lhe falta.

Ide, pois, bens do mundo,
Ide, ditas vãs;
Ainda que tudo perca,
Só Deus basta!"


Fique na paz do Senhor!...
Santa Teresa de Jesus rogai por nós!...

domingo, 10 de outubro de 2010


Nossa Senhora
Da Conceição Aparecida
Padroeira do Brasil

(12 de outubro)

“Viva a Mãe de Deus e nossa, sem pecado
concebida! Viva a Virgem Imaculada,
a Senhora Aparecida!”


Desde que pus os pés em terra brasileira, nos vários pontos por onde passei, ouvi este cântico. Ele é, na ingenuidade e singeleza de suas palavras, um grito da alma, uma saudação, uma invocação cheia de filial devoção e confiança para com aquela que, sendo verdadeira Mãe de Deus, nos foi dada por seu Filho Jesus no momento extremo da sua vida para ser nossa Mãe.

Sim, amados irmãos e filhos, Maria, a Mãe de Deus, é modelo para a Igreja, é Mãe para os remidos. Por sua adesão pronta e incondicional à vontade divina que lhe foi revelada, torna-se Mãe do Redentor, com uma participação íntima e toda especial na história da salvação. Pelos méritos de seu Filho, é Imaculada em sua Conceição, concebida sem a mancha original, preservada do pecado e cheia de graça.

Ao confessar-se serva do Senhor (Lc 1,38) e ao pronunciar o seu sim, acolhendo “em seu coração e em seu seio” o mistério de Cristo Redentor, Maria não foi instrumento meramente passivo nas mãos de Deus, mas cooperou na salvação dos homens com fé livre e inteira obediência.

Sem nada tirar ou diminuir e nada acrescentar à ação daquele que é o único Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, Maria nos aponta as vias da salvação, vias que convergem todas para Cristo, seu Filho, e para a sua obra redentora. Maria nos leva a Cristo, como afirma com precisão o Concílio Vaticano II:

“A função maternal de Maria, em relação aos homens, de modo algum ofusca ou diminui esta única mediação de Cristo; antes, manifesta a sua eficácia. E de nenhum modo impede o contato imediato dos fiéis com Cristo, antes o favorece”.

Mãe da Igreja, a Virgem Santíssima tem uma presença singular na vida e na ação desta mesma Igreja. Por isso mesmo, a Igreja tem os olhos sempre voltados para aquela que, permanecendo virgem, gerou, por obra do Espírito Santo, o Verbo feito carne. Qual é a missão da Igreja senão a de fazer nascer o Cristo no coração dos fiéis, pela ação do mesmo Espírito Santo, através da evangelização?

Assim, a “Estrela da Evangelização”, como a chamou o meu Predecessor Paulo VI, aponta e ilumina os caminhos do anúncio do Evangelho. Este anúncio de Cristo Redentor, de sua mensagem de salvação, não pode ser reduzido a um mero projeto humano de bem-estar e felicidade temporal. Tem certamente incidências na história humana coletiva e individual, mas é fundamentalmente um anúncio de libertação do pecado para a comunhão com Deus, em Jesus Cristo.

De resto, esta comunhão com Deus não prescinde de uma comunhão dos homens uns com os outros, pois os que se convertem a Cristo, autor da salvação e princípio de unidade, são chamados a congregar-se em Igreja, sacramento visível desta unidade humana salvífica.

Por tudo isto, nós todos, os que formamos a geração hodierna dos discípulos de Cristo, com total aderência à tradição antiga e com pleno respeito e amor pelos membros de todas as comunidades cristãs, desejamos unir-nos a Maria, impelidos por uma profunda necessidade da fé, da esperança e da caridade.

Discípulos de Jesus Cristo neste momento crucial da história humana, em plena adesão à ininterrupta Tradição e ao sentimento constante da Igreja, impelidos por um íntimo imperativo de fé, esperança e caridade, nós desejamos unir-nos a Maria. E queremos fazê-lo através das expressões da piedade mariana da Igreja de todos os tempos.

A devoção a Maria é fonte de vida cristã profunda, é fonte de compromisso com Deus e com os irmãos. Permanecei na escola de Maria, escutai a sua voz,segui os seus exemplos. Como ouvimos no Evangelho, ela nos orienta para Jesus: Fazei o que ele vos disser (Jo 2,5).

E, como outrora em Caná da Galiléia, encaminha ao Filho as dificuldades dos homens, obtendo dele as graças desejadas. Rezemos com Maria e por Maria: ela é sempre a “Mãe de Deus e nossa”.

Da Homilia na Dedicação da Basílica Nacional de Aparecida,
do Papa João Paulo II (Séc.XX)
Liturgia das Horas

Deus abençoe você e toda sua família, pela intercessão de Nossa Senhora da Conceição Aparecida!...
Gina