Como Santo Cura d’Ars falava do Espírito Santo
‘Sinais práticos da Sua presença’
Por si mesmo, o homem nada é, porém, com o Espírito Santo, é muito grande. O homem é todo terreno, todo animal somente o Espírito Santo pode levantá-lo e guiá-lo para o alto. Por qual motivo os santos estavam desligados da terra?Porque deixavam-se conduzir pelo Espírito Santo.
O Espírito Santo é luz e força. É ele quem faz discernir entre o verdadeiro e o falso, entre o bem e o mal. Como lentes que aumentam os objetos, o Espírito Santo nos faz ver o bem e o mal em grandes proporções. Com o Espírito Santo vê-se tudo aumentado: a grandeza das mínimas ações feitas por Deus e a grandeza das pequenas culpas. Da mesma forma como o relojoeiro com as lentes consegue ver as mais pequeninas engrenagens de um relógio, com as luzes do Espírito Santo, nós distinguimos toda a pequenez de nossa pobre vida. Assim, as mínimas imperfeições parecem gravíssimas e os pecados mais leves causam horror.
Aqueles que possuem o Espírito Santo não podem se ensoberbecer, posto que conhecem a própria miséria.Para o mundo, parece que Deus não mais existe, enquanto para o homem que se deixa guiar pelo Espírito Santo é o mundo que deixou de existir. Trata-se, portanto, de saber quem nos guia. Se não for o Espírito Santo, trabalhamos inutilmente, sem forças nem sabedoria. Onde existe o Espírito Santo há delicada doçura...prazer arrebatador.
Quem se deixa conduzir pelo Espírito Santo experimenta toda a sorte de felicidade entre os irmãos, ao passo que os maus cristãos se emaranham entre os espinhos.Sem o Espírito Santo somos como a pedra da beira da estrada... tome na mão uma esponja embebida de água e na outra uma pedrinha. Esprema da mesma forma uma e outra. Da pedrinha nada sairá, mas da esponja verá sair água em abundância. A esponja é alma repleta do Espírito Santo, enquanto a pedrinha é o coração frio e duro onde não habita o Espírito Santo. Uma alma que possui o Espírito Santo experimenta prazer na oração e o tempo sempre lhe parece por demais curto. Nunca perde a presença de Deus.
Sem o Espírito Santo tudo fica frio. Por isso, quando se percebe que o fervor está diminuindo, é preciso logo fazer uma novena ao Espírito Santo, pedindo a fé e a caridade. Deus, enviando-nos o Espírito Santo, fez conosco o que faz um grande rei ao encarregar o primeiro ministro de acompanhar um de seus súditos, dizendo-lhe: “Acompanhe esse homem por todas as partes e traga-o de volta, são e salvo.”
Que bela coisa, meus filhinhos, ser acompanhado pelo Espírito Santo! Que belo Guia é Ele... e pensar que há quem não o deseja seguir! (Aqui chorava o Santo Cura d’Ars!). O Espírito Santo é como um homem que, possuindo uma carruagem e um cavalo, deseja dirigir-se a paris. Nada temos a dizer, senão “sim” e entrar na carruagem. É muito difícil dizer “sim”. Veja, o Espírito Santo deseja conduzir-nos ao Céu. Por isso, precisamos apenas dizer “sim” e deixarmo-nos conduzir. Como a pomba no ninho, o Espírito Santo repousa nas almas dos justos. Ele desperta os bons pensamentos de uma alma pura, da forma como a pomba choca seus filhinhos...
Os Sacramentos que Nosso Senhor nos deixou não nos salvariam sem o Espírito Santo. A própria morte de Nosso Senhor, sem o Espírito Santo , seria inútil para nós. Por isso, disso Nosso Senhor aos apóstolos: “É bom para vós que eu vá, porque se eu não for, o Consolador não virá...” É preciso que o Espírito Santo venha encher de graças essa messe. É como um grão de trigo. Após semeado no campo, são necessários o sol e a chuva para fazê-lo crescer e amadurecer na espiga. Aquela chuva e aquele sol é o Espírito Santo.
Seria bom dizer todas as manhãs:
“Meu Deus, enviai-me Vosso Santo Espírito para fazer-me conhecer o que sou eu e quem sois Vós!...”
Eco de Mediugórie nº 148
Associação “Servos da Rainha”