quarta-feira, 25 de janeiro de 2012


Conversão de São Paulo, Apóstolo
(25 de janeiro)

Por amor de Cristo, Paulo tudo suportou

O que é o homem, quão grande é a dignidade da nossa natureza e de quanta virtude é capaz a criatura humana, Paulo o demonstrou mais do que qualquer outro. Cada dia ele
subia mais alto e se tornava mais ardente, cada dia lutava com energia sempre nova contra os perigos que o ameaçavam. É o que depreendemos de suas próprias palavras: Esquecendo o que fica para trás, eu me lanço para o que está na frente (cf. Fl 3,13).

Percebendo a morte iminente, convidava os outros a comungarem da sua alegria, dizendo: Alegrai-vos e congratulai-vos comigo (Fl 2,18). Diante dos perigos, injúrias e opróbrios, igualmente se alegra e escreve aos coríntios: Eu me comprazo nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições (2Cor 12,10); porque sendo estas, conforme declarava, as armas da justiça, mostrava que delas lhe vinha um grande proveito.

Realmente, no meio das insídias dos inimigos, conquistava contínuas vitórias triunfando de todos os seus assaltos. E em toda parte, flagelado, coberto de injúrias e maldições, como se desfilasse num cortejo triunfal, erguendo numerosos troféus, gloriava-se e dava graças a Deus, dizendo: Graças sejam dadas a Deus que nos fez sempre triunfar (2Cor 2,14).

Por isso, corria ao encontro das humilhações e das ofensas que suportava por causa da pregação, com mais entusiasmo do que nós quando nos apressamos para alcançar o prazer das honrarias; aspirava mais pela morte do que nós pela vida; ansiava mais pela pobreza do que nós pelas riquezas; e desejava muito mais o trabalho sem descanso do que nós o descanso depois do trabalho.

 Uma só coisa o amedrontava e fazia temer: ofender a Deus. E uma única coisa desejava: agradar a Deus. Só se alegrava no amor de Cristo, que era para ele o maior de todos os bens; com isto julgava-se o mais feliz dos homens; sem isto, de nada lhe valia ser amigo dos senhores e poderosos. Com este amor preferia ser o último de todos, isto é, ser contado entre os réprobos, do que encontrar-se no meio de homens famosos pela consideração e pela honra, mas privados do amor de Cristo.

Para ele, o maior e único tormento consistia em separar-se de semelhante amor; esta era a sua geena, o seu único castigo, o infinito e intolerável suplício. Em compensação, gozar do amor de Cristo era para ele a vida, o mundo, o anjo, o presente, o futuro, o reino, a promessa, enfim, todos os bens. Afora isto, nada tinha por triste ou alegre. De tudo o que existe no mundo, nada lhe era agradável ou desagradável.

 Não se importava com as coisas que admiramos, como se costuma desprezar a erva apodrecida. Para ele, tanto os tiranos como as multidões enfurecidas eram como mosquitos. Considerava como brinquedo de crianças os mil suplícios, os tormentos e a própria morte, desde que pudesse sofrer alguma coisa por Cristo.

São João Crisóstomo   (Séc.IV)
Liturgia das Horas

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

São Francisco de Sales
(24 de janeiro)

Patrono dos Jornalistas e dos Escritores Católicos

Francisco era o primogênito entre 13 irmãos. Por devoção dos pais, que eram de origem nobre, recebeu o nome do santo de Assis, o qual escolheu mais tarde como patrono e guia. Doutorou-se em direito civil e eclesiástico. Para  a surpresa e desgosto da família, escolheu a vida religiosa. Ordenado sacerdote, recebeu do bispo a missão de reconduzir à fé católica os protestantes próximos de Genebra, de onde mais tarde, seria bispo.

Como a hostilidade era grande, ele começou a evangelizar através de folhetos nos quais combatia as heresias e com simplicidade explicava as verdades da fé, bem fundamentadas na bíblia. Completava seu trabalho com palestras, diálogos pacientes e respeitosos. São Francisco de Sales converteu assim milhares de hereges e indiferentes à prática da fé católica. Um de seus lemas era: “a medida de amar a Deus é amá-lo sem medida.”

Foi um homem bondoso que soube manifestar a misericórdia e a paciência de Deus a  quantos encontrava:  “Se erro, prefiro que seja por excesso de bondade que por demasiado rigor” —Nesta afirmação está o segredo da simpatia que São Francisco de Sales desfrutava de seus conterrâneos. Sua influência moral e religiosa foi marcante no seu tempo, conturbado por perseguições e intrigas entre católicos e protestantes.

 Sua tão conhecida mansidão era fruto de muitos esforços e fadigas. Certa vez disse: “Vocês querem que eu perca num quarto de hora aquele pouco de mansidão que adquiri em vinte anos de lutas?”

Com simplicidade formava as pessoas para a oração: “Deves prostrar-se —dizia ele— diante de Deus, e permanecer ali aos Seus pés... Ele compreenderá, através desse comportamento humilde, que tu lhe pertences e que tens necessidade da Sua ajuda, mesmo que não possas falar.”

Oremos: Deus, nosso Pai, São Francisco de Sales testemunhou  com a sua vida que sois um Deus de ternura e de misericórdia. Realizastes nele coisas maravilhosas, corrigindo as arestas de seu temperamento explosivo.Por sua intercessão; nós vos pedimos: enviai sobre nós o vosso Santo Espírito. Que Ele nos ensine a ternura e a misericórdia e nos chame à reconciliação e à comunhão convosco e com nossos irmãos. Que o seu fogo de amor, arranque nossas máscaras e faça cair por terra nossos planos egoístas, obrigando-nos a sair de nossas fortalezas interiores, de nossas falsas seguranças. Que as cadeias de nosso egoísmo e indiferença sejam rompidas; Vosso amor impere em nossos corações e nos torne amáveis com todas as pessoas, especialmente aquelas que convivem dia a dia conosco. Amém.